quinta-feira, 26 de março de 2009

9 - AMIZADE À PROVA DE FOGO

Pamela: toc-toc
Mirella: Oi, amiga!

Pamela: Oi gatan, tudo bem?
(Pamela entra e já vai abrindo a porta da geladeira)
(Ela pega uma cerveja, abre e se senta no sofá, cruzando as pernas)

E aí gatan, como foi hoje à tarde com o Marquinhos?

Mirella: Tudo bem...

Pamela: Pintudo ele...
Eu chupava...

Mirella: Só se fosse sobre meu cadáver!
Pamela: Eu chuparia escondida de você.

Mirella: Quando você estivesse quase tirando a calça dele, eu apareceria e falaria:
Florisberto, mamãe ligoooou!

Pamela: Bicha... Não... me... chama... de... Florisberto... grrrrrr
Ro-mu-al-do!

Mirella: Florisberto Eliwando da Silva?
Florisberto Eliwando da Silva!
Florisberto Eliwando da Silva!

Pamela: Aaaaaaaaaaauuuuughhhhhhhhhh
(Pamela joga a primeira coisa que vê na frente dela... um vaso)

Mirella: Florisberto Eliwando da Silva!
E como mesmo era o nome da raxa que você namorava prá enganar sua mãe?
Raimunda! Eu lembro muito bem!
Mundinha!
Há-há-há-há!

Pamela: Mirella!! Fica quieta ou eu vou ligar pro Marquinhos agora e contar porque você deixa o quarto sempre escuro e amarra ele na cama quando vão transar!

Mirella: Porque ele sabe que gosto de sexo animal e no escuro?

Pamela: Arrã!
E que ele comeu Romualdo Augusto Sousa!!

(Pamela pega o celular,e começa a digitar... pi pi pi pi pi pi)

Mirella: Não, Pam!
Não faz isso, amiga!

(Mirella faz cara de tristeza...)
(Em seguida, saca uma arma e aponta para Pamela)


Mirella: (gritando) Desliga esse celular! AGORA!

(Pamela olha assustada)
Pamela : Não... Eu não conseguiria fazer isso, gatan...

(Os olhos de Pamela enchem de água)

Pamela: Pensei bem... e acho que você tem razão...
Não vou me descontrolar...
Seria uma idiotice fazer isso, não é mesmo, "gatan"?

Mirella: Ainda bem que você é compreensível, "amigan"...

Pamela: Vou é ligar pro seu pai e dizer que você agendou uma cirurgia para mudança de sexo pra abril!!!!!!!!!!!
(pi pi pi pi pi pi)

Mirella: Vadia!
(Mirella puxa o gatilho... e cai para trás)

Pamela: Aaaaaaaaaahhhhhhhh!
(Pamela cai no chão.)

Mirella: Mas... mas não tava carregada...
Era só para te assustar!
Acertei você, "amigan"?

Pamela: aiiiiiiiiiiiii
Na verdade não...
É que eu gosto de fazer cena mesmo...

Mirella: Vou chamar um “médicum”...

(pi pi pi pi – Mirella liga para alguém)

toc-toc (batem à porta)

Mirella: Ai, meu Deus...
Quem será?

Pamela: Aaaaaaaaaiiiiiiii
Deve ser o coveiro...
Não tô vestida adequadamente para meu enterro!

(Mirella atende e um cara lindo está à porta)

Mirella: O-o-oi, moço...

Bombeiro: Oi, está tudo bem?
É que eu ouvi alguns gritos...

Mirella: É que um ladrão entrou, tentou me acertar com um tiro e deu um soco na minha amiga...
(Pamela está jogada no chão)

Bombeiro: Posso vê-la? Eu sou bombeiro e talvez possa ajudar...

Pamela: Você é “bombeiron”?
Aiiiiiiiiiiiii (Pamela dá gritinhos de felicidade)
(Depois, finge que esses gritos são de dor)
Ai, ai, ui!

Bombeiro: Dói em algum ponto?
Pamela: Não sei, põe a mão pra eu saber...

Mirella: Então, moço... ele bateu nela toda!
Pamela: Foi?
(Mirella dá um beliscão nela)

Pamela: Aaaaaaaaaaai!
É moço... fooooooi...
Bombeiro: Calma então! Deixa eu segurar seu braço... apalpar...

Pamela: AAAAAAAAAAAAAIIIII!!!!
Bombeiro: Doeu?

Pamela: Não... é que eu achei “tuuuuuuuuuuuuudo”!

Bombeiro: Achou tudo o que?
Pamela: Er... Tudo o que tava doendo...

Mirella: E a perna, Pam, não dói?
Pamela: A perna não... Mas meu cu tá com fome! (fala com voz de macho, bem grossa)

Bombeiro: O quê?
Pamela: Sinto uma leve dor no abdome! (fala com a voz bem fininha)

Mirella: Moço...
Bombeiro: Oi!

Mirella: Vou comprar gelol... Cuida dela prá mim?
Bombeiro: Claro...

Pamela: Obrigada, amiga! Você sempre me faz coisas boas!!! Por isso que eu te amo!!!
Pamela: (gritando)Agora, voa daqui!!!

(Bombeiro olha com cara de espanto)

Pamela: Bem, você sabe como que eu preciso desse gelol, “neah”?

Mirella: Estou indo...
Pamela: Thaaaaaaaau, amigan! Sussesson!

Mirella: Se precisar, tem camisinha na gaveta do quarto!
Bombeiro: O quê?

Mirella: Tem gelatina na geladeira do quarto... A Pam adora gelatina!
(Mirella sai pela porta e a tranca)

Bombeiro: Moça, tem certeza de que está tudo bem?
Se precisar, eu chamo o médico...

(Pamela levanta-se com olhar fatal)
Pamela: Pra falar a verdade... o "mede cu"... pode vir depois...
Pra medir o estrago que você fez!

Pamela: Vem, gaton!!!!! Pro quartoooon!!!
(Pamela arrasta o bombeiro pelos braços, que está confuso)
(De repente, o celular de Pamela toca)


Pamela: Oi, "Saleten"... sim... não... claro... talvez... agora?
Não, não posso!
(Pamela fala e segue arrastando o bombeiro)

Não, não tenho programa! Tenho um problema com fogo, gata...
E preciso apagá-lo!
Beijos, desliga!

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segunda-feira, 23 de março de 2009

8 - O NAMORO DE MIRELLA

Pamela: Toc-toc
Mirella: Oi, amiga!
Entra, tô fazendo almoço.

Pamela: Hummm...
Que cheirinho bom, gatan... “kikié”?
Mirella: Filé de “frangun”.

Pamela: Hummm
Mas Mi... Tipo... Não é canibalismo uma galinha comer outra?

(Pamela olha seriamente para Mirella...)

Mirella: Nem penso nisso!
Pamela: Então... Acho que vou ficar pro almoço... Você não se importa, neah?

(Pamela se senta à mesa)

Pamela: Gatan, fiquei sabendo que você e o Marquinhos tão “namoradun”.
É verdade?
Mirella: Sim, amiga, é... “Tamu”.

Pamela: Bicha...
Ele namorava com a Selminha do 33, depois com a Vera do 54...
Tipo...
Ele sabe que você não é mulher neah?

(Mirela desconversa)
Mirella: Vamos almoçar?

Pamela: Bicha...
Você tá enganando o Marquinhos que nem enganou o Ralf?

(Mirella serve os pratos e põe a panela de arroz e de frango na mesa)

Mirella: Eu vou operar em breve.
Ele nem vai sentir a diferença.

Pamela: Entendi. Mas... Romualdo... se você operar, vai dizer o que pra sua mãe?
“Oi mãe, embucetei hoje de manhã, sabia? Nem reparei...”

Mirella: Tá bicha ! Eu vou assumir!
E depois, opero!

Pamela: Tá...
Mas você sabe que vai perder a sua freguesia de passivos...
E ela é bem maior... E paga melhor...

Mirella: Pam, eu não posso perder um bofe como aquele...
(Mirella começa a chorar)

Pamela: "Pam, eu não posso perder um bofe como aquele..." (Pam imita Mirella com tom de deboche)
Mi, você me diz isso toda semana!

(Pamela corta um pedaço de frango, indiferente às lágrimas de Mirella)

Mirella: Não. Não vou contar. Nem vou operar!
Quando ele descobrir, descobriu!
Pamela: Eu adoro ver como você é determinada... Nunca muda de opinião né, gatan?

(As duas comem.)
(No meio do almoço ouvem:)

(toc toc)

Mirella: Você atende pra mim?
(Mirella resolve retocar a maquiagem, borrada por causa do choro)
Pamela: Tá!

(Pamela levanta, e atende a porta, toda glamourosa)

Pamela: Marquinhos!!!!
Marcos: Oi Pamela, tudo bem?
Pamela: Tudo, gaton!

(três beijinhos)

Mirella: Oi, amor!
Marcos: Oi paixão! Como você está?
(longo beijo na boca)

Mirella: Veio almoçar, amor?
Marcos: Sim, você prometeu.
Esqueceu?

Mirella: Quase!
Estava tão corrido aqui hoje cedo!
Confundi se havíamos marcado para hoje ou amanhã.

Marcos: Ah, essa minha garota... Sempre confusa...
Pamela: É... Nem sabe se é homem ou mulher!

Marcos: Não entendi, Pamela...
Pamela: Oi?
Nada não... Eu disse que só ia comer mais uma colher...
De arroz!

(Marcos come sua comida em pouco tempo)

Mirella: Vai comer só isso, amor?
(Mirella diz se oferecendo, empinando a bunda e alisando uma das nádegas)
Marcos: Eh, eh... Se tiver sobremesa depois, é claro que vou aceitar...

Pamela: Oba! Vai ter sobremesa???
Mirella: Pam, a sobremesa é só do Marquinhos!
Aliás, Pam... Você não tinha uma "massagem" prá fazer agora?

Pamela: Tinha?

Marcos: Pamela, você faz massagens???
Pamela: Er, eu, quer dizer... Sim!
(Sorri amarelo e olha para Mirella)

Marcos: Pôxa, que legal! Eu tava com uma dor na...
Mirella: Ela faz massagens! Mas só em mulheres!
Neah, Pam???
(Mirella pega no ombro de Pam, apertando com força, e levantando ela da mesa)

Pamela: Ééééé... Ai que nojo!
Marcos: Nojo de quê Mi?

Pamela: Oi?
Nojo? Não, nada disso...
Eu disse que vou comer Miojo!

(Mirella vai empurrando Pamela até a porta)

Pamela: Bem, vou saindo...

Marcos: Nossa amor, ela acabou de almoçar e ainda vai comer Miojo?
Mirella: É... Na falta de sobremesa ela come Miojo...
Ela “atóóóóóra” Miojo!

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quinta-feira, 19 de março de 2009

7 - CALCINHAS




Pamela: toc-toc
Mirella: Oi “amigan”, entra!

(três beijinhos)

Mirella: Amiga, vou começar a vender calcinha pra loja da Kamila, pra ajudar a pagar a faculdade, quer ver algumas?
Pamela: Sim, com certeza!

(Mirella despeja uma sacola no tapete da sala)

Pamela: “Gatan”... Quanta calcinha...
É tudo nova, né?

Mirella: Claro, amigan!
Pamela: Tem que perguntar né?
Vai saber se o marido dela anda fazendo test-drive antes de dar por aí*...

(* - Ver Capítulo 5)

(Pamela pega uma calcinha e cheira)

Pamela: Atóron...
Essa tem cheirinho de morango...
Essa tem cheirinho de pêssego...
E essa... (cheira)
Uia... Essa tem cheirinho de buceta! Com essa eu vou enganar vários!!!!

Mirella: Sim.
Nossa, amiga! Estou morrendo de frio!
Estou com duas calcinhas e dois sutiãs e não resolve...

Pamela: Bem, nessas horas... Melhor apelar.
Põe uma camiseta e uma calça, “gatan”...

(Mirella põe uma camiseta top e uma bermuda)

Mirella: Ainda assim, estou sentindo frio...

Pamela: É... Aí eu já não sei mais o que dizer...

(Pamela pensa, pensa e pensa...)

Que tal fecharmos as janelas?
Tudo bem que os peões do prédio que tá construindo aí na frente não vão mais nos ver...
Mas enfim... Se você diz que tá com tanto frio...

Mirella: Podemos fechar a janela e abrir as cortinas... o que você acha?

Pamella: Mi... Porque que eu não pensei nisso antes?

(Elas pulam de alegria)
(Pamela se aproxima da janela para fechar)

Pamela: Humm, a velha do 32 tá passando lá embaixo... Chegando do mercado...
Mirella: Que velha do 32?

Pamela: Dona Gertrudes. Aquela que vive xingando a gente de bichas safadas e sem vergonha.
Mirella: Ai, odeio ela!

Pamela: Acho que ela vai achar legal cair uma calcinha na cara dela...

(Pamela pega uma das calcinhas que a Mirella estava vendendo)
(Em seguida, simulando a velhinha do Titanic, diz: )


ups!
(E joga a calcinha)

Mirella: Mas Pam, e se ela não pagar?
Pamela: A gente põe o nome dela no SPC.

(Conforme a calcinha cai... o vento a carrega para longe)
(E cai na cara de um policial)

(O policial olha bem...)
(Percebe de onde veio, e guarda a calcinha no bolso...)
(Em seguida segue na direção do prédio das “meninas”)


Mirella: Ai, Pam! O policial vem vindo pra cá, o que a gente faz?
Pam: Se esconde, ué!

(Pamela pula pra dentro da pilha de calcinhas)
(Mirella fica procurando onde se esconder, mas não encontra)


toc-toc

Mirella: Já vai!
(Como Mirella não consegue se esconder, resolve atender à porta)
(É o policial)


Mirella: Marquinhos! Você por aqui???
Policial: Sua danadinha! Você sabe mesmo como me provocar, né?

(E balança a calcinha na frente dela)

Mirella: Se quiser conferir mais, tenho muitas outras de onde essa veio!
(E aponta para a pilha de calcinhas no meio da sala)

Policial: Eu quero é te levar pro meio do quarto!
Mirella: Vem... Me segue!
Paaam, já venho!

(Do monte de calcinhas aparece duas mãozinhas lixando as unhas)

(Depois de transarem, o policial se vai e Mirella começa a jogar as calcinhas longe e procurar Pamela)

Mirella: PAM... cadê você?
Te perdi, amiga!
PAM ?!?

Pamela: gluff gluff gluff

(vozes vem debaixo do monte de calcinhas)

(Mirella procura Pamela)

Pamela: lhuf lhuf

(Ela continua soterrada)
(Mirella puxa Pamela pelo braço e retira a amiga da pilha de calcinhas)

(Pamela sai só de calcinha da pilha)


Mirella: Desculpe, fui dar uma rapidinha com o Marquinhos.
Pamela: lhuf (cada vez que ela fala voa uma calcinha)
lhuf lhuf lhuf
(voam três calcinhas)

(Mirella dá um soco na costa da amiga)
(voam várias calcinhas)


Pamela: Mas e aí, foi tudo bem?
Mirella: Sim, e com você?

Pamela: Eu tava bem também.
Achei três bofes lá na sua pilha de calcinhas.
O Emílio, o Greg e o Evandro...
Atendi os três...
Mas não me pergunte onde eles foram parar!
(Pamela fuça na pilha de calcinhas)

Pamela: Bem... A pilha de calcinhas é sua mesmo... Se você achá-los, pode ficar.

Pamela: Bem, tenho que ir. Preciso fazer uma relatório para a “faculdaden” agora...

Mirella: É mesmo... Sobre o que que é? Esqueci!
Pamela: Calcinhas! Atóron!

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quinta-feira, 12 de março de 2009

6 - A MÃE DE MIRELLA

(toc-toc)

Mirella: Quem é?
Mãe: É sua mãe! (a voz grita de longe)

(Mirella faz voz grossa)
Mirella: Mãe, vou demorar... estou tomando banho!
E... e... e... e não posso ir agora...
Espera 10 minutinhos?

Mãe: Filho, na minha idade, eu não posso esperar muito, senão mijo nas calças.

(dez segundo depois...)

Mãe: Romualdooo!
Mirella: Mãe... espera!

Mãe: Romualdo!

(A mãe fala atrás da porta: )

Esses filhos...
Tem coragem de deixar a mãe deles esperando na porta!

(10 minutos depois Mirella aparece desmontada e com voz grossa)


Mirella/Romualdo: Oi mãe!
Mãe: Oi filho!

Mirella/Romualdo: Oi, mãe... tava no banho... tudo bem?
Mãe: Sim, tudo bem, como você está?

Mirella/Romualdo: Tô ótima... cof, cof, tô ótimo!

(A mãe entra e dá um beijinho só)
(A mãe vai ao banheiro, usa e depois volta...)

Mãe: Filho, quanta calcinha no banheiro...
Mirella/Romualdo: É... é... é das meninas q moram aqui.
Sabe como é... vida de estudante e “talz”.

Mãe: Você não morava sozinho?

(Mãe olha assustada...)

Mirella/Romualdo: Morava, mãe... Mas a crise me forçou a dividir o aluguel.

(A mãe analisa os arranjos da mesa... mesa limpíssima e toalha cheia de babados)

Mãe: Então filho... Só passei para uma visitinha rápida. Você quase não liga pra mim, né?

(A mãe abre a bolsa e procura algo)

Mãe: Sua irmã mandou esse pacote, disse que era pra sua namorada...

(A mãe entrega o pacote para Mirella)

Mirella/Romualdo: Obrigado, mãe!
Desculpe não ligar, mãe. É que na correria dos estudos, quase não dá tempo...

Mãe: Tudo bem.
Vai em casa almoçar nesse final de semana?
Seu pai quer saber como está sua faculdade...

Mirella/Romualdo: Não sei, mãe.
Acho que sim.
Se eu não tiver que fazer programa, eu vou...

Mãe: Programa?
Mirella/Romualdo: (glup!)
É... programa de computador, mãe!

Mãe: Esse meu filho, sempre inteligente...

(toc-toc)

Pamela: Miiiiiiii!

Mirella/Romualdo: (glup)

Mãe: Filho, tem uma moça na sua porta!

Mirella/Romualdo: Peraí, mãe!

Mãe: Sim, filho. Mães não fazem outra coisa mesmo...

(Mirella levanta, abre a porta)

Pamela: “Oin”! Nossa, quem é vc?
Ué! Acho que te conheço de algum lugar...

Mirella/Romualdo: A Mirella saiu...

Pamela: Como assim, saiu?

Mirella/Romualdo: Er... foi na padaria.

Pamela: Se ela saiu... o que vc tá fazendo aí dentro?
“Pera”! Que tiazinha é aquela ali?

A Mi está atendendo vocês dois????
Nem sabia que Mi tava chupando grelo agora... ainda mais grelo de velha...

(Mirella/Romualdo fecha a porta e fica do lado de fora com a Pamela)
(Mirella/Romualdo pega no braço de Pamela e tenta falar no ouvido dela...)


Pamela: Me solta, moço! Eu que não vou participar dessa suruba!

Mirella/Romualdo: (sussurrando)
Sou eu, a Mi... Aquela é minha mãe! Disfarça!

Pamela: Ai Gzuz!!!!!
Num creio, Mi!!!!

(Pamela respira fundo, simula que vai desmaiar)
(Faz um drama como quem vai morrer...)
(Depois fala, sorrindo:)


Pamela:Ah! Por mim tudo bem!
Posso conhecer sua mãe?

Mirella/Romualdo: Pode! Mas disfarça, por favor!
Ela acha que divido o apê com várias mulheres!
Entra...

Pamela: Tá!

(elas entram...)

Mirella/Romualdo:Voltei mãe...

Pamela: Oi, dona Bete!

Mãe: Oi... Sua amiga, filho?

Mirella/Romualdo: É... vizinha.

(Pam dá tres beijinhos nela)

Pamela: Tudo bem, dona Bete?

Mãe: Como você sabe meu nome?

Pamela: Ah, é que eu e sua filh... digo, seu filhote somos muito amigos...

Mãe: Vocês namoram?

(Pamela olha pra Mirella com cara de apavorada...)

Mirella/Romualdo: (escandalosa) Nãããããããão!

Cof, não mãe... (volta a falar grosso)
Quase nem tenho tempo de namorar.

Mãe: Ah, eu não acredito entre amizade entre homem e mulher...
Aposto que ele está te enrolando...

(A mãe de Romualdo consola Pamela com alguns tapas nas costas)

Pamela: Só se eu fosse lésbic... quero dizer... boboca...
Seu filho é tão namorador...

Mãe: Eh, eh.
Adoraria conversar com vocês, mas meu marido está me esperando no carro...
Não vai dar oi pro seu pai não, Romualdo?

Mirella/Romualdo: Não, mãe... estou meio atrasado.
Manda um abraço prá ele!

(Mirella e sua mãe seguem até a porta)

Mãe: (Falando baixinho)
Filho, essa moça é muito estranha... alta, meio forte...

(Pamela lixa as unhas)

Mirella/Romualdo: Ela é professora de musculação.

Mãe: Tá, então até mais filho.
Se comporte... e vai em casa no domingo.

(A mãe dá um beijo só... e vai embora)

Mirella/Romualdo:

(Mirella tranca a porta e volta para a sala)

Pamela: Oi... "Romualdon"...

Mirella/Romualdo: Nojenta!

Prefiro ser Romualdo a ser Florisberto!

Pamela: Aaaaaaaaaaaaaah como vc pega baixo!!!!!

(Pamela se joga no ar na intenção de grudar nos cabelos de Mirella)
(Pamela tenta grudar no cabelo de Mirella, mas como ela está sem peruca, Pamela cai no chão...)


Pamela: ai, ai, ai...

(Pamela está toda arrebentada...)

Pamela:Mi, você podia ter avisado que sua mãe ia passar aqui...

Mirella/Romualdo: Eu não sabia que ela viria!

Pamela: Já pensou se você tivesse no meio de um programa...?

Mirella/Romualdo: Nem sei, nem sei!

Pamela: “Gatan”, você tem que contar pra ela...

Mirella/Romualdo: A sua mãe sabe?

Pamela: “Claron”...
Afinal, com meus programas, eu paguei cinco “cirurgia prástica” pra ela...

Mirella/Romualdo: Não sei.
Meu pai é religioso.

Pamela: Gatan... de onde eles acham que você tira tanto dinheiro... pra um estudante que não trabalha?

Mirella/Romualdo: Ela sabe que faço programas... Mas acha que é de computador.

Pamela: Bicha... Mas você nem tem computador, você usa o meu...

Falando nisso... Eu avisei pra você não fazer programa com o Wellington, ele roubou meu mouse...

(Toca o celular de Pamela)

Pamela: Oi!
Wellington? Sim... não... claro... talvez... agora?
Tá tou indo!
“Gatan”, programa...

Ele vai ver só! Vou enfiar o mouse no cu dele!

Mirella: Ok, eu vou terminar de me arrumar, também tenho um!

(três beijinhos)

Pamela: E... Bicha... Vai por sua peruca! Seus clientes não vão querer olhar pra essa sua cara de “Romualdon”...

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segunda-feira, 9 de março de 2009

5 - O RESGATE

Pamela: Toc-toc
Mirella: Oi, amiga!
Entra, tô quase pronta pra gente ir pra “faculdaden”.

(Mirella se maqueia)
(Pamela entra, abre a geladeira e pega uma cerveja)


Pamela: Gatan, tive que buscar Salete na favela, você acredita?
Mirella: Sério, amigan? Que aconteceu?

Pamela: “Entaun”... Fiquei sabendo que Salete tava com uma dívida com um “traficanti” por lá...
Foi buscar sei lá o que... E acabou presa!
As travas do nosso ponto “tava” tudo ocupada, dando duro... Ou dando pro duro, né?
E sobrou pra mim...

Mirella: Não creio!
Mas e aí como foi?

Pamela: Bem, tava eu lá, desfilando no morro com minhas roupas super-comportadas, com minha saia que mostrava apenas a renda da calcinha, quando de repente, ouço uma moça dizer: “Oi, bicha!”.
Mirella: “Inhaí”?

Pamela: Eu olhei para os dois lados, e disse:
Gatan, eu não sou “bixan”, eu sou “travesthin”!
Mirella: E então?

Pamela: Aí um rapaz horroroso apareceu e me disse: “Não importa. Vai ter que pagar pedágio pra entrar na comunidade!”
Mirella: Nooossaaaa...

Pamela: Aí né Gatan, comecei a socar a amapoa!
(amapoa = mulher)

Mirella: Porque na amapoa?

Pamela: Bem, quem mandou ela estar por perto?
Aí apareceu um cafuçu-delícia e me disse: "larga ela!"

(cafuçu = homem macho, delícia nem precisa traduzir né?)

Aí eu disse: Já que você sabe pedir, eu largo “neah”...
Só porque eu só boazinha!

Cafuçu: Aprontando aqui na nossa comunidade, né?
Acho que vou ter que aplicar um corretivo em você, garota!
Pamela: Corretivo? Não, por favor! Não!

(O cafuçu-delícia faz com a cabeça que sim, cara de safado)

Pamela: me soltem, me soltem, me soooooooooltem! – Pamela grita.

(Mas ninguém está segurando ela...)

Cafuçu: Cala a boca, safada...
Quanto mais você gritar, mais vamos judiar.
Pamela: M-m-m-m-moço... Onde você vai com essa baita arma dentro da sua calça?

Cafuçu: Adivinha onde vou...
Pamela: Não, moço, não! Nãããããão!

Cafuçu: Sabia que não estou armado? E que isso dentro da minha calça não é uma arma?
Pamela: Aaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhh! Fiquei com mais medo ainda, moço!

(Detalhe, ninguém está segurando Pamela, e ela está afastada dos dois caras e da moça)

Cafuçu: Fica de joelhos!

(A moça que está junto do cafuçu se joga na frente dele e diz: )
Pedrão, não!
Sua barra já tá suja!
Deixa essa “bicha” ir embora...

Pamela: Cala a boca menina!!!
Quem manda aqui, Pedrão, você ou ela?

(Pamela fica de joelhos...)

Cafuçu: Hoje a gente vai te zoar legal!!!!
Eu e meu dois amigos aqui!

(Mal ele fala, aparecem mais dois bandidos... lindos e fortes)

Pamela: Não, moço! Por favor!
Não me maltrate...
Cafuçu: Acho que vamos ter que deixar claro quem manda aqui!
Vamos ter que usar você!!!!

Moça: Não, Pedrão! Não faz isso! Para!
Pamela: Gente, alguém cala a boca dessa menina!!!
Vai Pedrão, faz essa porra desse castigo logo, antes que a polícia chegue!

Amigo-do-Pedrão: Putz, pior que eu acho que “ela” tá gostando...

Pamela: Cala essa boca, moleque!

(Pamela dá três socos no indivíduo, que cai no chão desmaiado)

Não tá vendo que eu sou uma vítima indefesa??? Vai Pedrão...

(E volta a ficar de joelhos)

Moça: Não! Eu vou chamar a polícia! Não!
Pamela: Putz, essa menina não vai chegar com vida hoje em casa...

(Pamela entra na frente dela, a segura pelos cabelos, e diz: )

Pamela: Gatan, se você chamar a polícia, a gente vai mostrar aqueles pacotinhos que você tem na bolsa e passa pro pessoal da polícia quando eles chegarem!

(A moça sai de cena aos prantos)
(Pamela se ajoelha mais uma vez)
(Começa a lixar as unhas e diz: )


Pamela: E aí... Esse castigo é pra hoje?

(Pamela olha bem para as unhas, vê o brilho delas)

Tipo... É que eu tô morrendo de medo...

(Eles tiram os pintos pra fora)
(Pamela arregala os olhos)


Pamela: Como é sacrificante... Que humilhação...

(finge chorar)

Mas né... Fazer o quê?

(Silêncio)

Mirella: E aí, amiga?

Pamela: Aí qie os caras começaram a se afastar, dizendo que foi tudo uma armação da Salete pra me assustar! Porque eu saí com o namorado dela!

Mirella: Não creio! Ufa! Fiquei assustada! Aí você voltou pra casa, “neah”?

Pamela: Tá "boua"? Liguei pra Salete e disse que dormi com o Gringo dela, com os outros dois namorados que ela teve e que roubei dois programas.
Aí ela mandou os caras virem pra cima de mim com fúria!
“Atóóóóron o perigon”!

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quinta-feira, 5 de março de 2009

4 - SALETE

Pamela: Toc-toc.
Mirella: Entra. (Mirella grita)


Pamela: Oi “gatan”, vim pedir açúcar! E comer alguma coisa, “claron”!

(Mirella está lavando louça)
(três beijinhos)


Mirella: Senta boba, tem café na garrafa.

(Pamela se senta e coloca café na xícara)

Pamela: Fiquei sabendo que Salete voltou do Paraguai...

Mirella: É? Quando?
Pamela: Então... Quem me falou foi a Silmara, ela tava no ponto hoje...

Mirella: Mas a quanto tempo Salete voltou?
Pamela: Semana passada...
Parece que o bandido que tava atrás dela, o Jorge, da Boca Funda, morreu num tiroteio com a polícia.

Mirella: E porque Salete tava fugindo dele?
Pamella: Salete tentou vender Rafaela, aquela bicha feia, pro Jorge... Pra pagar uma dívida com drogas!
Jorge quase foi preso!
Vender Rafaela era efetivamente tráfico de drogas, neah?
Há-há-há-há-há! (risada altamente malévola)

Pamela: Mas... E aí gatan, como foi o encontro com a Cida, que ia nos dar um programa de TV e etc?
Mirella: Menina, ela tá falida!
Você acredita que mal chegamos no bar, ela me pediu até dinheiro prá cerveja?

Pamela: Gente... Cada lixo que nos aparece, hein?
Só pedinte!
Tá parecendo eu e a Salete no “risca-faca” de sábado.

Um monte de bofe pedindo pra gente pagar uma cerveja...
Mas, pelo menos eles tinham rola, “neah”?

(As duas riem)

Pamela:Falando em rola, roubaram até o “Rolex” da Salete, que ganhou do gringo rico dela...
Mirella: Ai, a Salete que tem sorte, né?
(Mirella para de lavar louça e se senta à mesa com Pamela)

Pamela: Tem, gatan...
O gringo rico enche essa travesti de presentes, ele é tão bonzinho.
Claro que ela fica chantageando ele, prometendo que vai contar tudo pra esposa dele...
E como ele tem bom coração, dá presentes pra ela!

Mirella: Qualquer dia a Salete vai ser morta.
Prefiro morrer a fazer chantagem.

Pamela: Eu falo pra ela, mas ela não me escuta!

Mirella: Ai, ainda não sei como a gente ainda fala com a Salete.
Ela é tão barra pesada.
Pamela: Porque ela é dona do ponto onde a gente faz programa... Só por isso...

Mas aí, “neah”... Você me conhece...
Faço uma visitinha pra Salete, peço um açúcar emprestado...
E volto cheia de coisas escondidas na minha calcinha...

Pamela: Falando nisso, lindo esse beibe doll que você está usando, ganhou de quem?
Mirella: Comprei...
Tava em liquidação na Kamila's Lingerie.

Pamela: E a Kamila, a dona da loja, tá “boua”?

Mirella: Tá, fofa!
A loja dela tá indo de vento em popa!
Pamela: Tô vendo que ela deve estar vendendo mesmo...
Tá comendo bem... Tá gorda...

(Pamela começa a lixar as unhas)

Mirella: A loja dela tá vendendo tanto... Ela vai abrir uma filial no Itaim, sabia?
Pamela: Itaim Paulista?

(Observação para os não paulistas: Itaim Bibi – bairro nobre de São Paulo, Itaim Paulista – bairro da periferia)

Mirella: “Lógicum”, “neah”?
A loja dela é popular.

Pamela: É... é quase um “Torra-Torra”.
(Observação: Torra-torra: loja de roupas baratas e populares em São Paulo)

Pamela: Se bem que tô sabendo que é o marido dela que gosta de torrar outras coisas... cof cof
(Pamela engasga com o café)

Mirella: Como assim?
Pamela: Er... ele gosta de torrar... Queimar... Você sabe...
(segura uma rosquinha de dentro de uma cesta)
(observa bem o tamanho da rosca, e diz:)

Aliás, deve estar largo dessa maneira mesmo...

Mirella: Sérium???
Pamela: hum-hum.

Mirella: Ai, amiga! Coitada da Kamila! Ainda bem que ela dá pro pessoal do corpo de bombeiro porque... olhan!...
Pamela: É... Mas agoran que ela tá gorda... o pessoal do corpo de bombeiro vai achar que ela é caminhão pipa!

(Pamela lixa as unhas mais um pouquinho)

Mirella: Mas é por isso que eu digo, não gosto de sair com homens casados!
Nunca se sabe quando o cara pode ser marido de uma amiga nossa!
Pamela: Verdade.

(Toca o celular de Pamela)

Pamela: Oi!
Roberval...?
Que Roberval?
O namorado da Salete? Sim... não... claro... talvez... agora?
Tá tou indo!
“Gatan”, pograma...

Mirella: Ok, eu vou ligar pra Kamila e encomendar mais umas lingeries!

(três beijinhos)

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